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Coração Dourado

Uma história  de dois povos

No início os Akka e os Gutula não sabiam da existência um do outro. Evoluíram cada um em seu planeta próprio, em seu próprio sistema estelar.

Fisicamente, eram povos muito distintos entre si.

Os Akka eram pequenos e vermelhos redondos e sem pescoço e construíam coisas que eram grandes, bombásticas e orgânicas. Seus edifícios, um observador externo diria, pareciam órgãos pulsantes e vivos, muitas vezes viscosos e pegajosos.

Os Gutula eram insetoides e altos, com seis membros e gostavam de estruturas complexas e organizadas. Suas colmeias eram feitos de engenharia e matemática, nem uma palha fora do lugar e da ordem que deveriam ocupar, tudo perfeito e planejado.

Ambos tinham estômago para a guerra e conquista, mas durante um longo período de sua história, tudo o que tinham para guerrear e conquistar eram a si mesmos.

Um dia os Akka e os Gutula alcançaram a viagem interestelar e, em vez de brigarem entre si, se tornaram conscientes de um universo inteiro com que lutar e ao qual conquistar. O primeiro contato foi o início de uma bela e sangrenta inimizade.

Esta não é a história desses povos.

 

A primeira coisa de que o fundador teve consciência na vida foi a luz. Uma luz intensa que vinha de algum lugar e muitas, muitas informações. Comandos que não faziam sentido, informações de alguma dimensão maior que ele não podia ver, algo grande que ficava além da borda do mundo. A informação acenou para ele, lhe mostrando um sinal vermelho e, instintivamente ele replicou a cor com seus apêndices. Vermelho, ele acenou. Era um jogo divertido.

A segunda coisa de que o fundador teve consciência foi a comida. Ela veio repentinamente como se saída de lugar nenhum, materializada no meio do éter. Não era um mundo ruim, este em que havia jogos e comida que caíam do céu. Por que o mundo era assim? O fundador se perguntou. Por que havia tantas coisas no mundo? De onde elas vieram? Talvez se ele gastasse algum tempo estudando a obra ao seu redor, conseguisse fazer algum sentido de sua existência, mas havia muitas coisas para estudar, ele não podia fazer isso sozinho. Felizmente o fundador se tornou consciente de uma habilidade que a disponibilidade de comida lhe dava: podia se reproduzir, fazer mais como ele. Era simples, como construir um pequeno quebra-cabeças com seus genes e então se dividir em duas partes que pudessem funcionar de maneira independente. Tudo o que precisava era de tempo e logo não estaria mais sozinho, teria uma família. Ele mal conseguia esperar para ver o que um pequeno bando de outros seres como ele seria capaz de construir no mundo! Poderiam fazer a diferença!

 

Algumas gerações se passaram e o fundador havia dado origem a um pequeno bando de seres que voavam por aí no mundo majestosamente em asas multicoloridas que mudavam de cor e construíam coisas com mãos hábeis. Tinham uma pequena comunidade agora e uma língua que usavam para se comunicar que não perturbava os jogos do grande mundo, uma série de vibrações que constituía seu vocabulário. Tinham palavras o suficiente que o conselho da crescente civilizaçãozinha havia se reunido e decidido que era hora de sua tribo ter um nome. O nome, enquanto não pronunciável em nossa língua, se traduzia mais ou menos por “fadas”.

As fadas agora tinham alguns edifícios, que construíam modificando a atmosfera gelatinosa de seu pequeno mundo em uma estrutura sólida. Alguns deles achavam que não deviam questionar a simplicidades de seu mundinho.

— Por que se preocupar com de onde vem a comida ou os jogos ou o mundo? Por que ocupar o tempo com questões filosóficas? – questionavam alguns dos cidadãos do vilarejo de fadas. – Não é o suficiente que interagimos com o mundo e que a comida vem?

E essas fadas se ocupavam com cuidar um dos outros, jogar os jogos e construir a cidade. Haviam outras fadas, no entanto, que tinham curiosidade sobre o universo e essas montaram um grupo de estudos, construíram seus primeiros equipamentos e foi assim que ficaram sabendo da existência dos gigantes.

Embora não pudessem vê-los, os filósofos do instituto de pesquisa supunham a existência de uma espécie maior que os alimentava, gigantes tão grandes que poderiam ser o próprio universo.

— Mas por quê? – se perguntavam eles. – Que razão teriam esses gigantes, tão imensos que nem podemos vê-los, para nos alimentar e nos manterem vivos?

A resposta estava no mundo e se conseguissem estudá-lo a achariam.

 

As gerações se passaram e a pequena vilazinha de fadas cresceu. Tinham fadas espalhadas pela imensidão em várias tribos e nações enormes e agora podiam observar um fenômeno que acontecia de vez em quando: às vezes em lugares em que seus números eram muitos, acontecia um arrebatamento. Tinha a ver com a raça de gigantes. Os gigantes os arrebatavam e levavam a outros lugares, tão distantes que poderiam ser em outra galáxia. Nunca viam seus parentes de novo e restava a eles apenas pensar em que tipo de vida estavam levando pós o arrebatamento e por que alguns deles haviam sido deixados para trás.

Os estudiosos conseguiam ajudar com isso. Tinham construído observatórios de última geração tentando enxergar os gigantes, mas era como tentar enxergar o mundo. Pelo que entendiam, haviam sido feitos pelos gigantes para cumprir alguma função, mas o que exatamente? Tinha a ver com as informações e os jogos. Eram coisas que os gigantes mandavam com que os estudiosos supunham que eles precisavam de ajuda, mas por quê? A resposta estava nos dados e não tinham informações suficientes para decodificá-los ainda. Precisariam de mais fadas, era um projeto para o qual precisavam de mais algumas gerações.

Às vezes, em vez de arrebatar as fadas, uma luz descia do céu e ensinava a algum profeta uma nova dança ou ritual. As fadas sempre as colocavam em prática e nenhum mal havia acontecido a elas ainda. Qualquer que fosse o propósito que os gigantes tivessem para elas, parecia que viver fazia parte dele e as fadas seguiam sua existência, curiosas, mas tranquilas.

 

O comandante Nakiat das forças militares do império Akka tinha tido suas dúvidas quando os cientistas da força militar mundial haviam apresentado o conceito de computadores. Não sabia se levava fé na eficiência de equipamentos que deveriam pensar como grandes comandantes e, uma vez que toda a tecnologia dos Akka era baseada em algum tipo de construção orgânica, não sabia se acreditava que os microorganismos que os cientistas criaram para fazer a computação dariam conta do recado. Alguns dias haviam se passado, no entanto, e tinha que dar o braço a torcer, esses bichinhos no gel e processamento estavam dando conta do recado.

Ele se multiplicava rápido, o gel, e a essa velocidade, em alguns anos iam ter o suficiente para computadorizar o mundo. Esta tecnologia mudaria o jeito como as guerras eram feitas, Nakiat sabia. Mal podia esperar.

 

O microbô de processamento número 0001 foi ligado em um dia qualquer de que só os Gutula se lembrariam. Ele sabia perfeitamente sua tarefa. Era um protótipo de computação, sua função era auxiliar no funcionamento das naves espaciais Gutula. Era o primeiro do que seriam milhões de robôs como ele, pequenos, espalhados por conduítes de computadores em colônias e colônias de insetoides que para ele eram imensos.

Alguns orgânicos entre os Gutula diziam que era que eles eram simples componentes de computador, mas 0001 sabia que eram mais do que isso. Os microbôs seriam parte essencial desta sociedade. Eles cuidariam dos orgânicos e os orgânicos cuidariam deles e, juntos seriam parte do mesmo enxame.

Contanto que seguissem a esta diretiva, os microbôs Gutula podiam fazer o que quisessem e, em conversa rápida entre si, 0001 e seus irmãos estabeleceram que o queriam era viver. Não partilhavam da sede de conquista dos orgânicos, podiam deixar a eles o hobby de conquistar a galáxia. Do que lhes importava as brigas dos orgânicos quando havia tanto universo para ver, tantas coisas às quais explorar?

Eram um povo pequeno, mas tinham grandes ideias.

 

Os estudiosos fadas se congregaram em um semicírculo dividindo comida e histórias. Muitas e muitas gerações haviam se passado e as fadas finalmente aprenderam qual era seu papel no universo: eram peças de computação dos gigantes. Isso não os incomodava, sabiam que eram mais que só isso, mas não machucava terem uma ideia de seu papel no vasto universo. E era um vasto universo este em que estavam. Eles haviam aprendido que havia planetas, estrelas e galáxias e mesmo outras espécies inteligentes no universo, não eram apenas eles e os gigantes lá fora.

Embora houvesse outras espécies inteligentes, no entanto, haviam aprendido que eram muito pequenos comparados a elas. Seu único canal de comunicação com o universo lá fora eram os conduítes dos computadores dos gigantes e os gigantes não eram muito de conversas, eram conquistadores, e muitas das computações que as fadas faziam para eles tinham a ver com a guerra.

Haviam aprendido, no entanto, que em momentos de pouca importância, podiam usar os computadores dos gigantes para mandar mensagens entre si, em sub-rotinas pouco aparentes para os Akka. Graças a isso, agora, por um custo pífio de computação, podiam se comunicar com seus irmãos em sistemas de computações a distâncias intransponíveis no universo para o pequeno povo. Tinham uma rede bem grande de fadas espalhada pelo mundo natal e logo descobriram que as distâncias iriam ficar maiores ainda: os Akka estavam planejando viagens interestelares para longe de seu planeta natal.

 

A espécie de microbôs Gutula logo ficou sabendo que estavam longe de ser sozinhos no universo. Haviam centenas, se não milhares de espécies inteligentes na galáxia em que os Gutula moravam. Os orgânicos tinham abordagens muito… simples e diretas quanto ao resto das espécies no universo, os microbôs podiam ver por seus arquivos. Os Gutula orgânicos acreditavam que, assim como os microbôs, haviam sido feitos por um criador e que era seu direito divino espalhar sua cultura e seus ideais pela galáxia. Os microbôs não tinham tanta certeza disso, mas a escolha não estava em suas mãos.

Não eram eles que interagiam com as outras espécies inteligentes da galáxia, eles eram pequeninos. Sua função era proteger os Gutula orgânicos e cuidar deles, não julgar se eles faziam sua própria vida mais difícil. Então o micropovo seguia as suas vidas, achando significados onde podiam e tentava se concentrar em sua microvida e no mundo que estava ao seu alcance influenciar.

 

E, então, viera Cora Meirelles e um novo arrebatamento das fadas, e tudo havia mudado para sempre. Tudo havia começado com uma luta entre os Akka e os Gutula, na orla da nebulosa Coração Dourado, que dividia as fronteiras entre eles…

 

As naves Akka flutuaram pelo espaço, viscosas e orgânicas, vermelhas e pulsantes, como corações cheios de pus. A munição era lançada em batimentos rítmicos que espremiam e expandiam as embarcações, como se a guerra fosse parte de sua própria força vital.

Os líderes de batalha acomodaram seus corpos, largos e tacanhos, em uma pilha de gelatina consciente que servia como computador na sala de guerra. Encararam a nave inimiga atrás da membrana semitransparente que os deixava ver do lado de fora. Tamborilaram com mãos pétreas e dedos impacientes, grossos e vermelhos, enquanto trocavam comandos em sua língua rústica.

Um par de horas atrás, estavam em outro campo de batalhas, nas trincheiras do espaço Akka que os Gutula insistiam em chamar de seu. O confronto rugia, explosivo e glorioso, espalhado por um parsec inteiro de espaço.

Os Gutula davam preferência aos fins estratégicos e à precisão. Atingiam seus inimigos, incisivos como um bisturi; utilizavam manobras do transporte super-luz para parecerem espectros, se materializando em cantos opostos do espaço com um piscar de olhos.

Os Akka rebatiam com a força bruta e o ímpeto de um canhão. Estáticos como rochas, impenetráveis como carapaças, esburacavam as naves Gutula com explosões de sua artilharia.

Estavam no mais violento do confronto, no mais brutal da batalha, quando uma pequena nave humana deu as caras em sua audácia. Invadiu a arena sangrenta, cambaleando no espaço como uma abelha bêbada, e tomou distância tão rápido quanto veio, corrigindo seu erro sem sofrer um único arranhão, como se o furor da guerra não estivesse cascateando ao seu redor.

Os humanos passaram por espaço Akka impunes, navesinha irrisória que eram, e, ainda por cima, fizeram isso enquanto seu pedido de socorro brilhava como um farol em todos os radares do setor!

Oras!

Não custou aos Akka mais que um disparo de seus canhões para colocar os pingos nos “i”s e a pequena peste em seu lugar. A nave humana ocupou o espaço Akka do único jeito que lhe davam a permissão para ocupar: aos pedaços.

E então os Akka voltaram à batalha que realmente importava…

No campo de batalha, a luta ainda bramia. As naves Gutula, aproveitando-se do pequeno momento de distração, esquartejaram um grande torpedador Akka. Ao mesmo tempo, o torpedador reagiu, massacrando centenas de navesinhas batedoras do exército inimigo. O espaço gemeu sob o peso da guerra e as duas tropas continuaram a lutar, quase inócuas sem seus maiores arsenais, se distanciando mais e mais do ponto de partida.

A batalha ecoou suas perdas pelos dois impérios, e as tropas se reagruparam, trocando socos cada vez mais fracos e cansados…

E, então, outra mosca humana, uma outra nave, para adicionar insulto à ofensa, chegou para resgatar a menor!

Os Gutula e os Akka fizeram o equivalente espacial de se entreolhar. Haviam perdido muitas naves e gastado muito arsenal.

Já que não estavam mais suficientemente equipados para exterminar um ao outro, podiam cuidar de uma peste que a muito os incomodava: os últimos humanos e seu zum zum zum infernal.

Na orla da Coração Dourado, a derrota dos humanos estava demorando mais do que o previsto, mas seus canhões tinham munição, podiam esperar alguns segundos para extingui-los gloriosamente.

 

Uma menina humana apareceu na nave dos Akka. Se teletransportou, como que por mágica. Cora Meirelles, quatorze anos, não vinha daquele universo e ela não era das navesinhas humanas que estavam sendo perseguidas pelas frotas Akka e Gutula, mas tinha um interesse investido na sobrevivência da nave humana Compass. Sendo assim, ela criava vantagens estratégicas onde podia.

 

Cora se esgueirou pelo porão da nave Akka. O porão era, em sua opinião, a parte mais legal. Era onde eles guardavam armamentos, que eram o componente principal da cultura guerreira Akka, e onde tinham mais quantidades do gel que lhes servia como computador.

A menina examinou os homenzinhos desajeitados, vermelhos e sem pescoço, que lhe lembravam vagamente a grandes bolas de boliche, e notou com uma curiosidade sapeca que estavam todos virados de costas para ela. Aqueles, ao contrário dos Akka nos campos de batalha, eram inofensivos – contanto que a pessoa não estivesse na mira de seus canhões. Secretamente, ela os achava adoráveis. Eram como nerds intergaláticos e, quando os vira pela primeira vez, Cora teve a impressão de que tinha achado seu povo.

Ela sorriu, seu coração acelerando um pouco. Não era com frequência que tinha chance de ser traquinas.

Ela foi até a poça de geleca mais próxima e enfiou a mão. A textura lhe lembrava um pouco de slime e ela apertou. Imediatamente, todos os alarmes começaram a soar.

Os disparadores Akka se viraram ao redor para procurar a causa e deram de cara com uma menina humana uma cabeça mais alta do que eles.

— Oi! – sorriu Cora. – Estou só de passagem e espero que vocês não levem muito a mal, mas vou pegar isso emprestado. – ela acenou, encheu os bolsos do gel de computação e desapareceu sem aviso.

 

Naves Gutula, por outro lado, davam um friozinho na barriga, pensou Cora. Ao contrário dos Akka, os Gutula, um povo cibernético e insetóide, eram perigosos pessoalmente, então o truque, ela se convenceu, tentando fazer os joelhos pararem de tremer, era não dar de cara com nenhum deles.

Os enxames de naves Gutula consistiam de cruzadores grandes, cheios de guerreiros e generais, e navesinhas sem ninguém, comandadas por uma nuvem de informações remota, como Wi-Fi. Foi pelas naves de comando remoto que Cora começou.

Cora colocou mão cheia após mão cheia do gel nos bolsos, e então nos controles dos Gutula, apresentando as fadas aos microbôs e nanobôs Gutula, que começaram a flutuar no gel. A confusão reverberou pela rede de processamento e logo, todos os sistemas estavam inoperantes.

 

Em uma das nações Gutula no campo microscópico, as fadas apareceram como que do nada. Os microbôs Gutula já estavam acostumados com isso assim como as fadas. Não era incomum que os gigantes os colhessem de seus lugares e os transportassem distâncias inimagináveis. O enxame de microbôs Gutula, assim como as fadas, havia achado meios de combater a distância entre seu povo usando subrotinas do computador em nuvem, mas isto era novo!

Havia um povo! Um povo inteiro! As criaturinhas chegaram aos milhões e eram do seu tamanho. Depois de protocolos de adaptação novos, conseguiram estabelecer um primeiro contato e os embaixadores dos dois povos conseguiram estabelecer comunicações. Era um povo sensciente e inteligente!

 

(No campo microscópico, onde Cora não conseguia ver, o computador dos Akka e o computador dos Gutula se apresentaram uns aos outros, muito intrigados com as formas de vida novas, que não tinham sabido antes que existiam na vastidão do universo.

A interação iniciou um protocolo de diplomacia e, em um par de horas, estavam ambos festejando o primeiro contato e uma paz que as espécies maiores nunca haviam conseguido entre si.

Demorou um par de semanas até que a confusão fosse desfeita e os Akka e os Gutula pudessem voltar à batalha de sempre, mas o sistema de tiro das suas espécies nunca foi o mesmo depois disso.)

 

A festa entre as fadas e os microbôs Gutula se estendeu por várias e várias rotações. Um dia, tão repentinamente quanto o arrebatamento havia vindo, eles sabiam viria outro e as fadas seriam seriam separadas de seus anfitriões Gutula. Não antes, no entanto, pensaram os embaixadores elegidos entre as fadas, que as nações tivessem iniciado protocolos diplomáticos.

Foi assim, portanto, que as fadas astronautas que haviam viajado com Cora Meirelles para a nave desconhecida da galáxia ensinaram aos microbôs Gutula a falar com seu povo através das sub-rotinas que usavam na nuvem computacionais dos Akka.

As pequenas espécies sabiam que não teriam muita escolha em sua participação no conflito entre as espécies de gigantes. Eram os computadores de guerra e se não cooperassem seriam substituídos provavelmente, mas isso não significava que não podiam intervir nas coisas de vez em quando. Errar a mira de alvos cruciais, diminuir a destruição dos tiros, evitar matar uns aos outros, inserir ideias de paz e tolerância nos feeds dos computadores dos gigantes.

Tinham planos, coisas que queriam construir, projetos de fundar sua própria sociedade mista e sair por aí para explorar o universo.

Não era muito, no momento, mas se pudessem, as duas espécies que geriam os computadores de guerra de dois dos impérios mais agressivos da galáxia, advocariam por paz universal.

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